quarta-feira, 25 de junho de 2025

Panquecas & Hobbits

junho 25, 2025 0 Comments

 Desde que o Re começou a ler um livro de Senhor dos Anéis todo final de ano, aqui em casa criou-se a tradição de alguém estar lendo Tolkien nesse período de Natal/Ano Novo. Nos últimos dois anos, a “tarefa” passou para mim, já que li O Senhor dos Anéis no final de 2022 e no ano passado As Duas Torres.

Eu li a trilogia lá em 2008, no meu primeiro emprego, emprestado por uma amiga. Naquela época comprar livros não era tão acessível pra mim, e lembro de ter lido vários livros emprestados do pessoal.



Agora, relendo Tolkien entendo bem o conceito de leitura conforto. A escrita é tão aconchegante, tão gostosa. Não necessariamente pra mim, uma leitura cozy precisa ser uma história levinha, a saga do anel, por exemplo, vai ganhando um peso maior a cada virar de página.

Em As Duas Torres, a gente já sente o peso – quase que literalmente – do fardo carregado por Frodo e nessas horas de tensão, quando o Sam ganha destaque com alguma passagem mais levinha (exemplo, ele cozinhando um guisado de coelhos as portas dos pântanos dos mortos) é quase como um abraço no leitor.

Quando finalizei a leitura, após quase dois meses, organizamos um final de semana pra assistir a adaptação de As Duas Torres na versão estendida, que tem quase 4 horas de filme.

Pra combinar com o tema – Hobbits – a gente queria comer algo gostoso, então no almoço fizemos macarronada, e a tarde, algumas panquecas com geleia e morangos.

Foi um dia bem aconchegante, com comidinhas gostosas e várias conversas sobre as passagens do filme/livro.

Apesar de gostar dos desdobramentos iniciais de As Duas Torres (a jornada de Merry e Pippin com os Ents, batalha do Abismo de Helm, os acontecimentos com o Saruman, etc) a parte final, com Sam, Frodo e Gollum, ainda é a minha favorita.

A leitura de SdA e o Retorno do rei ficará só pro final do ano :) Mas, até lá vou dar um jeito de ler algum livro único do Tolkien (acho que vai ser Roverandom).

Outra coisa legal pra se fazer é olhar o Atlas da Terra-Média, tanto pra relembrar, quanto pra visualizar melhor as regiões percorridas pelos personagens


terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Vincenzo: superprodução da máfia, grande protagonista, comédia em excesso e vilão surpreendente

fevereiro 11, 2025 0 Comments

Vincenzo foi o principal nome de 2021, sendo um dos doramas dublados mais conhecidos da Netflix, tendo muita repercussão. O texto é do Park Jae Bum, o autor original da série mundialmente conhecida The Good Doctor e dirigido pela Kim Hee Won, de O Palhaço Coroado e As Três Irmãs.


Sobre o que realmente é Vincenzo?


Alguns vão dizer que Vincenzo é só uma história sobre máfia, mas vejo a trajetória desse homem que não se sente parte de uma sociedade e até se revolta com as leis que nela regem, tornando-se um vilão com sua própria bússola de justiça. Vincenzo Cassano é um homem sem lei e sem lar, que, ao voltar para seu país de origem, encontra aquilo que não estava buscando, mas que preenchem o buraco de sua busca originária sedenta de ganância e vingança. Aos poucos, a criança abandonada se reencontra e encontra um lar, uma família, um amor, raízes e uma identidade por qual lutar. Apesar de chegar na Coreia como colonizador, arrogante e com uma visão negativa sobre o país e os pobres moradores do prédio que ele sonha em demolir, ermina com o mesmo personagem decidindo lutar e também sendo protegido por essas pessoas, encontrando um lar, sua mãe e a si mesmo no processo de “reintegração”.

Seu personagem passa por várias camadas e vai sendo humanizado em toda a caminhada, que começa com ganância, passa por vingança e se torna uma redenção e humanização, sem dúvida nenhuma ele é o ponto alto, dando as mãos para um antagonista à altura.

O que mais me agradou:

1- Parte técnica



Provavelmente o ponto principal da série, proporcionado pelo orçamento de 20 bilhões de wons, o que dá 18 milhões de dólares. Trilha sonora excelente e empolgante, capaz de tornar épico qualquer momento. É um recurso que incrementa mesmo a narrativa, tendo o poder de levantar até cenas que poderiam sair do tom sem ela. O compositor responsável é Park Se Jun, que está por trás das trilhas de doramas como Mouse, Beleza Verdadeira, Apostando Alto, Extraordinary You, Hotel del Luna, Enquanto Você Dormia…

O visual é muito bem trabalhado, com cores que evocam uma aura tão nobre quanto obscura, como é a ideia de máfia italiana, trazendo bastante cores frias e brincando com um amarelado temporal. Os cenários Italianos foram inseridos no computador.
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A dublagem dá uma boa levantada no dorama e ajuda a ser acessível para múltiplas idades e pessoas iniciantes no dorama. Ponto positivo.

2- Personagens e Chaecenzo



Mesmo o romance não sendo o foco da série, o casal que se forma aos poucos constrói uma relação complementar sem forçar. Os dois são bem fofos juntos e têm o que acrescentar um ao outros, enquanto opostos complementares. Ela tem um gênio forte, é explosiva, e inflamada. Ele tem uma raiva interna, um ponto de ebulição. Ele a ensina a ser calculista, ela o ensina a reconhecer e lidar com suas emoções. Porém, ambos têm um quê de antiheroismo, com uma conduta mais racional e fazendo curvas na lei. É bom ver um casal que luta junto com a mesma moral divergente.

Individualmente, os atores principais também são bons. A advogada interpretada por Jeon Yeo Been — de Be Melodramatic (O Drama da Minha Vida), Live, Save Me e Glitch — demora um pouco mais para cair nas graças por causa de suas atitudes com o pai no começo do dorama, mas aos poucos vai mostrando seus lados afetuosos na presença do mafioso e acaba crescendo por conta do desenvolvimento da série.

Já Song Joong Ki — de Nova Ordem Espacial, Crônicas de Arthdal e Descendentes do Sol — entrega tudo em suas cenas solo, principalmente. Sua atuação é ótima e mesmo que os nativos não achem perfeito, ele se esforçou bastante para tentar falar italiano. Ele vai do fofo ao mafioso em segundos, criando uma personalidade que seduz a audiência e cujo carisma é fundamental para o sucesso global de Vincenzo.



O vilão principal, que é o grande ponto de virada da história (é um spoiler de certa forma, mas a essa altura todo mundo sabe), bem como a atuação do Ok Taekyeon (Taecyeon, dos doramas Save Me e Dream High) realmente valem tudo o que dizem. É um vilão que está à altura do protagonista, com uma grande entrega do ator, que também vai de anjo a demônio em segundos. Uma curiosidade para quem não sabe: ele é um ídolo de K-pop da segunda geração.



O irmão desse personagem também entrega ótimos momentos. O ator Kwak Dong Yeon pode ser visto em vários doramas famosos, como Tudo Bem Não Ser Normal e Minha Identidade é Beleza de Gangnam, nunca passando em branco. Aqui, ele é importante para apoiar a força da personagem de seu irmão e medir quanto medo precisamos ter dele.

3- Plots: as tramas que chamaram minha atenção


A relação de Chaeyoung e seu pai, bem como a relação de Vincenzo e sua mãe perdida desencadeiam reações pelos desenrolar de cada uma e são pontos altos do drama e desenvolvimento de cada um desses personagens, que também está marcado e entrelaçado nesse aspecto.

Todas as cenas de ação e vingança propriamente dita, que se não são tensas o suficiente, a música ajuda muito.

Os quatro último episódios e seu lado bastante sombrio e carregado de vingança.



Então Vincenzo é perfeito?

Apesar disso tudo, nem todos os momentos são de te prender na cadeira ou te deixar tenso, o que faria sentido, para não deixar pesado demais, mas não necessariamente isso acontece de uma forma equilibrada… A série fica um pouco cansativa por conta do número de episódios e sua duração, que insere muitos minutos de núcleo de humor e muito de humor no “núcleo sério”.
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Sei que todos amam Vincenzo, mas pensei que seria justo compartilhar com vocês e, possivelmente com aquele 1% de pessoas que pode vir a pensar parecido e não encontrou ninguém que lhe desse voz.



Qual é o meu problema com Vincenzo?


A comédia. Não consegui lidar com as mudanças bruscas de humor de um clima sério e pesado que volta para os trabalhadores e moradores do prédio. O humor muito escrachado e pastelão não me envolve e, como consequência, não consigo gostar ou me importar com aquelas pessoas. Geralmente, é possível desconsiderar esse núclero, mas em Vincenzo a comédia toma quase metade do episódio, que já é quase um filme.

Não adianta pular, pois até mesmo as cenas pesadas são contaminadas, muitas vezes, por uma transmissão caricata cômica, com desmaios fingidos, ataque de insetos, rasante de pombas… Não é bem o que eu esperava de uma série de máfia que se vende com tantos filtros escuros, ternos caros e uma cinematográfica explosão de vinícula. Mas tudo bem, você pode gostar disso. Só estou avisando que talvez não seja para você.



Conclusão

São os 20 episódios longos demais que me fizeram não amar Vincenzo como eu gostaria. Mesmo assim, é indiscutivelmente um dorama fora do comum, com uma excelente produção e alguns momentos bastante empolgantes e intensos. Seu protagonista é forte e o antagonista principal o enfrenta de igual para igual. Uma série que lembra uma pizza: em algumas fatias, o tema de vingança, que trata as injustiças com um tipo de poder paralelo, dizendo que apenas um vilão pode enfrentar outro; na outra metade, muita gritaria, confusões e atrapalhadas de personagens caricatas e barulhentos. Mas no fim, como uma pizza cheirosa e bonita, tem quem a coma por inteiro lambendo os beiços independentemente do sabor. Conheça a famiglia Cassano.



segunda-feira, 15 de abril de 2024

“Beleza Verdadeira”: comédia pueril com triângulo clichê tem um charme inexplicável

abril 15, 2024 0 Comments




“Beleza Verdadeira” é uma comédia romântica escolar de 2021 que conquistou audiências gigantes com sua abordagem leve e cômica sobre temas como autoimagem e amor adolescente. Entrou dublada no catálogo da Netflix em dezembro de 2023.

Adaptada do webtoon de Yaongyi, a série narra a história de Lim Ju Gyeong, uma garota que se torna uma sensação na escola após dominar a arte da maquiagem através do YouTube. A série brinca com a ideia da beleza exterior versus a verdadeira beleza interior, abordando os dilemas de Ju Gyeong com seu rosto sem maquiagem e seu relacionamento com Lee Su Ho, o único garoto que a viu ao natural.



Antes de mais nada, quero dizer que eu não aguento mais a dublagem de doramas da Netflix com as mesmas vozes de “Run On”. É quase sempre a mesma protagonista, não importa se a atriz combina ou não, e o mesmo mocinho – e as vozes nesse caso nem combinam! Há uma repetição exaustiva dessas vozes, sempre nos mesmos papéis de protagonista. Nas séries americanas, geralmente se atribui uma voz única e característica a cada ator, reforçando a identidade e a expressividade dos personagens, mas nos doramas que gravam especificamente nesse lugar é sempre o mesmo elenco redistribuído. Gostei do trabalho desses atores em outros doramas, mas simplesmente não aguento mais ouvir só eles.

Dito isso… Vamos falar sobre a parte técnica do dorama. Sob a direção de Kim Sang Hyub (Extraordinary You – a cena do cinema que aparece uma menina de rosa é uma referência a essa ótima série) e roteirizada por Lee Shi Eun (Loverly Runner), “True Beauty” combina gêneros como comédia, romance e drama. A série se destaca por sua representação lúdica de temas como transformação pessoal, popularidade e os desafios da vida escolar.

Elenco



Moon Ga Young (Find Me in Your Memory e Seduzida) é, ironicamente, uma das figuras mais belas da Coreia do Sul, ganhando fama até internacionalmente após aparecer em eventos de moda. A personagem é fofinha, bobinha e graciosa. É fácil gostar e sentir pena dela, mas a atriz definitivamente não parece uma estudante de ensino médio – mesmo assim, ela faz seu melhor na atuação e no jeitinho bobo encantador.



Cha Eun Woo (HaeRyung, A Historiadora; My ID is Gangnam Beauty; ex-membro do ASTRO) como Lee Su Ho. No início, ele é o mesmo personagem sério, rude e sem carisma do outro dorama sobre aparência que ele participou. Aqui, com um pouquinho mais de personalidade, mostra um lado mais doce conforme o tempo, mas continua mais “bronco”, pelo trauma após perder Seyoung e ser culpabilizado por sua morte.



Além deles, tem o Hwang In Yeop (O Som da Magia) como Han Seo Jun. Para mim é bem óbvio que ele é só um elemento do triângulo amoroso feito para confundir e ser usado como um breve momento de conforto e confusão da principal sempre que o mocinho resolver terminar ou brigar com a protagonista. Desde o início, suas participações são bem limitadas em relação ao outro personagem, ainda que ele pareça bem mais desenvolvido – e é por isso que gera tanto a sensação angustiante de síndrome do “second lead”. Sua história parece mais consistente. Ele culpa Lee Su Ho pela morte de Seyoung, e ambos têm uma rivalidade aguçada.

Outro rostinho conhecido que aparece é o da Park Yoona (Hotel del Luna; My ID is Gangnam Beauty e SKY Castle) como Kang Soo Jin, amiga da protagonista e uma das mais interessantes por aqui. Ela é a melhor secundária daqui, já que além de ter alguma história acontecendo no fundo (é filha de uma família de elite exigente, tem TOC), é uma das poucas que possui sentimentos bem diferentes do esperado.

Sinto que todos os outros personagens secundários são figurativos e fracos, que servem para preencher os espaços para durar 16 episódios. A família da protagonista é uma das mais intragáveis de doramas. A mãe dela só não é pior que a tia da Juli Eun, de Um Luxo de Sonhar.



A narrativa

“True Beauty” começa bonitinho. As cenas de bullying são impactantes e a transição da personagem nerd com espinhas em uma beleza por conta de maquiagem é até que surpreendentemente bem feita, pois parece possível. Comecei o dorama torcendo por ela.

O núcleo de apoio é composto por: as maldosas estereotipadas, uma amiga genérica com o namorado de longa data e a “amiga forte girlcrush” (essa é a mais interessante, como citei acima), só para não spoilar de cara. Com uma construção superficial, a maioria pouco contribui para a trama principal, servindo de preenchimento entre cenas – exceto pela Kang Soo Jin (Park Yoona), que é uma surpresa ótima no dorama.



Conforme a série progride, a qualidade do enredo vai, de forma inexplicada, crescendo em você. Depois do episódio 5, parece que os personagens são mais “de casa”. Eu acabei cativada por eles, torcendo por um bom final. O ritmo continua instável, há muitas cenas chatas com personagens que ninguém liga, o humor é questionável, mas me peguei com bastante vontade de assistir até o fim, apesar de tudo.

Os últimos episódios mostram claramente a falta de conteúdo para contar a história na duração de 16 episódios de 1 hora, trazendo muito filler e usando de muitos recursos batidos do gênero de comédia romântica que até estragam um pouco o romance que foi construído.

Às vezes, “Beleza Verdadeira” é só um pastelão para dar risada, às vezes, surgem de uma a três cenas por episódios que entretém (a irmã de um dos meninos maquiada por ela, o reencontro com as valentonas, uma cena de declaração amorosa…). A maioria dos clichês possíveis de uma comédia romântica estão presentes: quedas coreografadas, acidentes de carro impossíveis, personagens ricos malvados com bom coração, términos ridículos, ciúmes com cenas forjadas, cenas de humor forçado…

A comédia é predominante pueril e repetitiva (quantas vezes ela cai no colo do Cha Eun Woo?), mas por vezes tão exagerada (os personagens saem correndo de vergonha o tempo todo, gritando e pulando) e absurda que não poderia dizer que é clichê. Algumas situações são até bonitinhas, como a cena da cuequinha de tigre e a provocação da protagonista com isso. E de “bonitinho” em “bonitinho”, você acaba envolvido. Em determinado momento, acabei rendida à cena de humor mais “bizarra” que assisti em todos os doramas, que acabou inesperadamente engraçada: a batalha dos gyozas/pastéis.

Isso significa que é bom? Não. Mas pode funcionar se você gosta de uma comédia romântica muito leve sem compromisso e tem uma boa dose de paciência para aguentar algumas cenas de um núcleo de apoio nada interessante.

Já sobre o triângulo amoroso, a disputa tem um desenrolar enfadonho, especialmente nos últimos episódios, com final bem previsível (ainda que não seja particularmente minha preferência). Foi uma “guerra” na internet, mas, sinceramente, eu tinha certeza dessa decisão desde o começo. Se você quer saber com quem ela fica em Beleza Verdadeira, é:

o SuHo.

O motivo é tão simples quanto ele é a primeira pessoa que dá atenção para a versão verdadeira dela. É fácil de entender por que ela se apaixona e não quer mais desgrudar.
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Conclusão

A série não promete ser profunda, e assistir com essa expectativa é um engano, mas mesmo no que se propõe, carece de alguma liga que mantenha a história andando até o fim, abandonando rapidamente conflitos por novos, com resoluções instantâneas e frustrantes comparadas ao sofrimento que foram expostas (o “perdão” da protagonista é um exemplo claro disso)

A trama navega no conforto dos clichês de comédia romântica com triângulos amorosos, mas carece de substâncias para deixar o gênero mais divertido. Há formas de fazer uma comédia romântica leve ser clichê e deliciosa, mas não foi o caso aqui. Sinto que funciona melhor como uma webtoon para ler de forma descontraída do que como série.

A conclusão da série utiliza de mais tropos narrativos conhecidos e desnecessários. Na época que foi ao ar, muita gente “shippou errado”, mas se for reparar, além da história em si, no tempo de tela de cada um, quando cada um entra e até a escolha de atores, o resultado não é surpreendente.

Em resumo, “Beleza Verdadeira” é um dorama simplório e pouco inventivo, com rostos bonitos no elenco, mas que, por algum motivo, tem o poder de, em seus clichês, gerar uma paixão imensa na audiência, especialmente em quem começou a ver doramas recentemente. Uma comédia romântica trivial e comum, mas que é bem fofa em alguns momentos; para quem gosta do gênero escolar e triângulos amorosos.


sábado, 21 de outubro de 2023

Desconectar

outubro 21, 2023 0 Comments


 Os últimos meses tem sido bastante intensos do lado de cá e tudo que tem acontecido me fez refletir muito sobre a vida, sobre o tempo e principalmente sobre o que fazer com ele, já que considerada a vastidão do mundo, parece ser tão pouco.

Até alguns meses atrás, tudo parecia estar bem, hoje estou aqui travando uma batalha homérica pela vida da minha gata. Estava tudo bem, hoje não sei se ela estará conosco por mais algumas semanas, meses ou anos. Será que ela comemorá seu aniversário de 11 anos?

Não sabemos. E isso tem me feito pensar sobre o meu tempo também... Afinal está tudo bem, mas para ficar tudo mal não precisa de muito.

Há tanto o que se fazer, que o tempo parece injustamente muito pequeno. Nem em todas as vidas nesse mundo eu poderia fazer e conhecer tudo que eu gostaria, o que é muito triste. Porém, há muitas coisas que posso fazer, mas não faço e tem uma razão muito simples para isso: estou perdendo meu precioso tempo com coisas inúteis.

Gastei muito tempo da minha vida com redes sociais, por exemplo. Hoje eu percebo o quanto isso consumiu parte da minha vida, seja morrendo de raiva discutindo política e saúde pública ou rolando o feed infinitamente. O dedo condicionado à posição do aplicativo na tela, abrindo-o sem perceber dezenas de vezes ao dia.

No passado isso jamais foi um problema, mas hoje eu vejo o quanto eu sempre estive imersa nessa necessidade de estar em todas as redes, chegando ao cúmulo de ter dois ou três perfis em cada uma, separados por 'nichos' de interesse.

Isso é loucura.

Eu não consegui ver o quanto o excesso de redes sociais poderia ser tóxico e contraproducente. Estava tudo bem! Até tudo começar a ficar mal.

Vivemos tempos difíceis. A internet já foi o refúgio para as pressões da vida offline, hoje a vida fora disso aqui é que virou um lugar seguro.

Não há nada que passe impune ao julgamento digital, nem mesmo uma boa ação. Nada passa pelo crivo do usuário da web sem sofrer duras críticas, quando não ataques desproporcionais. Estar no ambiente virtual de forma constante é apenas para os fortes e destemidos.

E a comparação? Ah essa criaturinha insolente que não perde a oportunidade de aparecer sempre que pode.

E com isso eu percebi que estou me sentindo cansada e com uma necessidade enorme de me desconectar cada vez mais. Já consegui deixar de lado o Facebook há anos, mas mantinha várias contas 'nichadas' no Twitter e Instagram.

Comecei a me cansar delas também. Desativei todas que pude, mantendo apenas a minha conta principal no Instagram e Twitter, além de claro, as redes sociais da minha papelaria. 

Contudo, nos últimos dias também estou me sentindo muito negativa em relação ao Twitter, algo que achei que nunca seria possível, já que é uma rede que uso frequentemente desde 2009. Mas esse dia chegou, eu entro e me sinto impelida a sair quase que de imediato, naquele bom e velho "sem tempo, irmão". 

Eu deslizo o feed e pouco se aproveita do que vejo ali e não necessariamente seja porque as pessoas misteriosamente ficaram tediosas, mas porque realmente aquele tipo de conteúdo não tem me interessado mais.

Meu desejo hoje é dedicar o meu tempo à minha família, ao meu trabalho, aos meus passatempos e a todo o infinito de coisas que existem nesse mundo e eu quero aprender e tudo que quero fazer e criar antes da minha vida findar. E não é possível fazer tudo isso e ainda rolar o feed das redes desenfreadamente.

Eu preciso escolher as minhas prioridades. 

E agora a minha prioridade não é ser uma presença digital constante, hoje a ideia de virar um ser mitológico, cujo paradeiro as pessoas apenas imaginam, me apetece muito mais. Se um dia já quis o contrário, esse dia já ficou no passado.

Urge a necessidade de uma vida digital mais intencional e comedida, eu preciso disso como uma abelha precisa do pólen das flores. 

Ainda há muito a se dizer sobre tudo que tenho sentido, mas com o coração mais leve, por hoje me despeço.

Com carinho

domingo, 25 de junho de 2023

A Pequena Livraria dos Sonhos

junho 25, 2023 0 Comments

 


Livro de estreia de Jenny Colgan na Editora Arqueiro, um livro feito por uma leitora, falando de leitores e obviamente para leitores, diz ai, quem nunca imaginou ter sua própria livraria ou trabalhar numa biblioteca? Mas será que sonhos sempre podem se tornar realidade? Em 'A pequena livraria dos sonhos' a gente vai para Escócia e descobre que nada pode ser tão ruim que o livro certo não possa melhorar.

Nina é uma bibliotecária completamente apaixonada por livros. Ela vive com a cara enfiada nas leituras, prefere se manter em casa lendo, a sair para conhecer gente nova. Por amar os livros, Nina considerava seu emprego perfeito, e assim, estava completamente estagnada no mercado de trabalho. E mais: tinha uma coleção exagerada de livros (sim gente, Nina estava fugindo do saudável - #quemnunca -, pois a casa que dividia com sua amiga não estava suportando armazenar tantos livros).

"Tentei te ajudar quando algo dava errado e você comprava um livro, e algo ia bem e você comprava um livro, e chovia e você trazia uns livros para casa, e quando fazia sol e ai você ia comprar mais livros..."

Admito que Nina não é a personagem mais cativante do mundo no início da história, e ela chega a ser um pouquinho irritante porque é meio sonsa, além de ser aquele tipo de sonhadora meio fora da realidade. Porém, à medida que vamos conhecendo-a melhor, desenvolvemos um afeto por essa personagem. Então ela encontra um anúncio em um classificado sobre a venda de uma van. E então ela tem uma grande ideia: transformar essa van em uma livraria volante, dirigir por diversos locais e transformar a vida de muitas pessoas em cada lugar com a literatura.

No momento em que acompanhamos sua ida para a Escócia tudo fica ainda mais apaixonante, pois esse cenário é basicamente um personagem à parte, e amo as histórias que se passam lá, e também essa mudança de local aliada aos novos desafios que Nina precisa enfrentar a tornam mais madura, realista e corajosa, o que fez com que eu desenvolvesse uma empatia maior por ela.

Porém nem tudo será tão simples: para realizar esse seu sonho, ela precisará ir até a Escócia. Sua vida será totalmente diferente daquele momento em diante. É hora de arriscar; é hora de compartilhar amor pelos livros em outros lugares.

Uma das partes mais deliciosas dessa história é o quanto a personagem fala de livros, mexe com eles e reflete sobre o quanto estes são encantadores, nos fazem bem e fala sobre como é gostoso mergulharmos em boas histórias, o que faz obviamente com que nos identifiquemos com essas citações e situações em boa parte do livro e parece que quando ela fala de como se sente, também está nos descrevendo e me vi muito representada nas páginas dessa obra.



Além disso, existem muitas referências a títulos literários e eles vão desde os clássicos até os mais atuais, como Outlander, que é uma série que adoro, e em vários momentos senti vontade de me sentar lá na van de livros de Nina só para comprar um livro, ler ou apenas para degustar aquele ambiente gostoso e único que ela criou, e também encontramos uma boa discussão sobre como as pessoas tem parado de ler para dar lugar à mídias como a internet e as redes sociais, o que é algo bastante real.

O livro passa uma mensagem muito bonita e motivadora para aqueles momentos que você é pego de surpresa e pode recomeçar do zero fazendo aquilo que você realmente ama e com toda a liberdade e motivação que o mundo pode lhe proporcionar, sendo ainda mais lindo, nesse caso, através dos livros que é a grande paixão da protagonista.

"Ela, por sua vez, recorria aos livros sempre que perigava se confrontar com a realidade - ou melhor, com seus aspectos mais sombrios. Quando ficava triste, os livros eram seu consolo; quando se sentia só, eram eles seus amigos. Eram eles que cuidavam do seu coração partido e a encorajavam a manter a esperança quando estava na pior".

A pequena livraria de sonhos é uma leitura obrigatória para todos aqueles que têm a paixão por leitura e sempre tem um livro a tiracolo, para todos que já leram um livro e pensaram "esse livro foi feito para mim" e aqueles que se refugiam nas páginas conhecendo diversos mundos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Amy & Matthew

agosto 26, 2022 0 Comments

 Amy e Matthew é um livro que comprei pela capa! Sim, confesso! Não li sinopse, nem resenha, não sabia do que se tratava a história. Mas concordam que essa capa é muito fofa?Compre online os livros best-sellers

Amy e Matthew, é o quarto livro da autora Cammie McGovern. A primeira vez que o vi foi em alguma propaganda de lançamento no Facebook e gostei tanto dessa capa, achei tão fofinha, que acabei comprando o livro na pré-venda.



Amy & Matthew 

Amy e Matthew é um tipo de literatura que está na moda: o chamado sick-lit, que significa que irá contar história sobre pessoas que tem alguma condição de saúde. Mas fiquem tranquilos que nessa história ninguém morre!

O livro narra a história de Amy, uma menina de 17 anos que está no último ano do colégio e que possui paralisia cerebral o que torna apenas um lado do seu corpo funcional. Ela se locomove com a ajuda de um andador, possui dificuldades para comer e se comunica através de um computador que transforma texto escrito em som (estilo a voz do cientista Stephen Hawking). Amy é inteligente e uma das melhores alunas em sua escola, porém ela não tem amigos e isso se torna um problema, já que possui planos de ir pra universidade no futuro.

Matthew é colega de classe de Amy. Ele a conhece, mas nunca conversaram. É um menino quieto, tímido e possui algumas manias como conferir várias vezes se a torneira está fechada, de ficar contando janelas ou de lavar as mãos inúmeras vezes. Ele tem um transtorno, mas não assume e nem quer ajuda.

A história dos dois se cruzam quando Amy decidi que ao invés de ter adultos a auxiliando na escola ela queria que voluntários a ajudassem durante o período das aulas. Além de Matthew, mais 3 colegas fazem parte desse grupo de voluntários,  o que permite que Amy conheça novas pessoas.



Matthew é um dos voluntários mais atenciosos, mas teve momentos em que pensou em desistir da função de ajudar Amy. Com os encontros e as conversas, uma amizade começa a se construída e a relação de cumplicidade e companheirismo fica mais sólida. Eles acabam se apaixonando e os problemas e as situações cotidianas os impedem de revelar os sentimentos que sentem um pelo outro. Esse medo de não saber a hora certa de dizer o que sentem, acabam os colocando em situações complicadas e os afastando.

Amy e Matthew está escrito em terceira pessoa, mas o narrador consegue se aprofundar nos sentimentos dos personagens de forma profunda. A gente consegue sentir o que os personagens estão passando, suas angústias e dúvidas.

O que achei de Amy e Matthew

Adorei a história. Leve, verdadeira, descontraída! Um romance real, sem muita fantasia. A narrativa é dinâmica, nem um pouco cansativa e não dá aquela aflição do tipo “Se declara logo! diz que o(a) ama!”. O leitor consegue curtir cada página sem muita afobação, no tempo certo. Acho que é isso que torna a história de Amy e Matthew interessante.

Em tamanho padrão, o livro esta com uma boa diagramação. A fonte é de um tamanho confortável e estilo legal. O bacana o que foi feito que nas falas da Amy. As palavras dela estão em caixa alta (letra maiúscula) para mostrar que não é a sua voz real e sim a voz mecanizada de um computador. Na foto abaixo da pra ver como ficaram as páginas e o detalhe da fonte em maiúscula.



sábado, 30 de julho de 2022

tá tudo esquisito e seria melhor nem publicar esse texto*

julho 30, 2022 0 Comments


Querida internet,

Estamos no início de maio e preciso confessar que pifei. Já faz um tempo, na verdade, mas só agora consegui elaborar um pouco do que está acontecendo. Tal qual meu primeiro notebook, comprado em 2011 pelo equivalente aos meus três primeiros salários da vida, um dia a minha cabeça decidiu travar e não funciona mais como deveria. A diferença é que o notebook em questão aguentou nove anos e talvez eu tenha vindo com um defeito de fábrica.

Uma das minhas partes favoritas da internet sempre foi sentir que ela era o meu lugar e, ao mesmo tempo, o lugar de todo mundo. Falar sobre mim mesma era um assunto fácil e fluido (talvez isso esteja soando um tanto narcisista, espero que não – estou cansada de diagnósticos). Apesar de ter “aprendido” a escrever com a faculdade de jornalismo, o meu lance sempre foi despejar palavras em blogs, longas conversas com amigos virtuais e redes sociais das mais variadas, processando meus sentimentos e experiências conforme crescia. Porque tinha retorno, sabe?

Como não era apenas o meu lugar, a internet possibilitou que eu conhecesse e me aproximasse de pessoas incríveis. A gente se identificou, discordou, trocou vivências e fluxos de consciência. Sempre penso nessa parte da minha experiência com as redes sociais (e a internet, de modo geral) como algo meio mágico, porque de fato foi.

No entanto, à medida que os anos foram passando, a internet mudou e eu também. Por uma junção de fatores que nem cabe aqui, passei a me sentir intimidada ao compartilhar a vida para sabe-se lá quem. Não era só constrangimento (embora talvez eu devesse ser um pouco mais autoconsciente?), tinha também também toda a questão da privacidade alheia, sabe? Qual é o limite? Desde quando a vulnerabilidade se tornou uma moeda social? Será que isso não é só… desrespeitoso? Tudo isso começou a me consumir uns anos atrás e apenas não quis mais lidar.

Dito isso, vou apenas ignorar o último parágrafo e voltar às origens pra fazer um grande overshare. Afinal, quem eu quero enganar? Tenho 30 anos nas costas e um blog em pleno 2022.

Ultimamente sinto como se eu estivesse numa espécie de limbo. Não é uma sensação desconhecida, já estive nesse mesmo lugar em vários momentos da vida. Mas, dessa vez, parece que não encontro nada para me agarrar e sair daqui. Minha carreira, meus passatempos, meu relacionamento, meu futuro, meus sonhos e expectativas pro futuro… Não tem uma trilha de migalhas na floresta, nem tampouco um barbante no labirinto. Nada tem feito muito sentido, nada soa estável o suficiente para eu me apoiar.

Para uma pessoa obcecada por controle, dá pra imaginar que as coisas não estão dando muito certo.

Não sei direito como e nem quando tudo começou pois, como disse, o limbo não é um local relativamente familiar. Não acho que eu seja capaz de criar uma linha do tempo e dizer com propriedade “É galera, foi aqui que deu ruim.” Mas uma coisa é certa: essa história de morar fora do país ativou gatilhos que nem sabia que existiam. Quando dei por mim, estava mal.

Mal mesmo.

Eis que voltei a morar no Brasil. Acho que essa foi uma das decisões mais difíceis que já tomei na vida. Afinal, ainda que seja a minha decisão não envolve apenas a minha vida. Seis anos atrás fui ao cartório assinar uns papéis pra dividir a vida com alguém – e essa pessoa está bem profissionalmente na França, gosta de morar lá e não fica completamente perturbado das ideias com as constantes mudanças. Tenho tentado rejeitar o sentimento pegajoso de culpa que o amor romântico carrega. Alguns dias dá certo, em outros não.

Por outro lado, foi a primeira vez em muito tempo que me permiti querer algo e agir de acordo com esse desejo. Fechei os olhos, respirei fundo e foquei no que era melhor para mim. Foi uma sensação de alívio, de esperança. Algo acendeu dentro de mim, como se fosse a fagulha da revolução contra o autoboicote. Faz tanto tempo que reprimo meus próprios sonhos (não pois alguém me força a sufocá-los, mas porque não me sinto merecedora e aprendi de uma forma distorcida que amar é sacrificar os próprios desejos em prol do outro – é, eu sei… pesado).

Nesse meio tempo entre perceber que estava muito mal e tomar decisões aconteceram muitas coisas, entre elas: tive um burn out (quem não?); pedi demissão do meu emprego após finalmente admitir pra mim mesma que odeio ser designer apesar de não fazer a menor ideia do que farei, profissionalmente falando; voltei a morar na casa da minha mãe, no quarto em que vivi durante a maior parte da minha vida (tem sido uma experiência de estranha familiaridade, porque muita coisa mudou mas ao mesmo tempo tudo continua igual? é confuso e conflitante); passei no reumatologista e descobri que tenho alto potencial de desenvolver uma doença autoimune um tanto assustadora (e, por isso, preciso fazer uma bateria extensiva de exames a cada seis meses pelos próximos cinco anos); pratiquei a surdez seletiva em conversas com o único propósito de questionar minhas atitudes (“Mas você não tem medo de acabar com seu casamento assim?” “Tem CERTEZA de que está fazendo a coisa certa?” “Talvez você só precise encontrar seu propósito…” “Mas você não tem cara de quem está com depressão” “Vocês não estavam planejando ter filhos?”); gastei dinheiro impulsivamente mesmo tendo plena consciência de que não tenho mais um emprego fixo; evitei enfrentar meus problemas gastando todo meu tempo e energia cuidando de outras pessoas e suas crises porque, de alguma maneira egoísta, ajudá-las me fazia bem; finalmente passei no psiquiatra e comecei a tomar antidepressivos pra algo que deveria ter sido diagnosticado anos atrás; pensei que nunca mais fosse chorar até que abri as torneiras e achei que nunca mais fosse parar.

Ou seja, está tudo esquisito.

Estou tentando dar tempo ao tempo e confiar no processo, pois sei que estou fazendo tudo que está ao meu alcance para ficar bem. Ao mesmo tempo, tô segurando tanta coisa há tanto tempo que tudo vai implodir. E eu estou plenamente consciente disso. Parece que minha cabeça está constantemente ligada, desesperada para achar uma solução enquanto meu corpo não tem um pingo de energia para agir de fato e mudar algo. E aquele sentimento pegajoso de culpa? Ele está por todos os lados e tenta alfinetar que a minha realidade é bem privilegiada e “muito melhor que a maioria”.

Então, por que não consigo simplesmente me conformar? Por que minha cabeça não fica em silêncio? Será que sou tão mimada assim? O que é esse sentimento constante de insatisfação e baixa autoestima? Como me livro disso? É possível se livrar? Como saber se estou exagerando e me preocupando com coisas que inventei ou se estou dando pouca importância aos problemas reais? Por que tenho medo de tudo? É só o combo de ansiedade & depressão ou tem algo a mais? Como pessoas normais funcionam? Todo mundo diz que sou forte, então por qual motivo me sinto tão fraca o tempo todo?






Os dias passam e sinto como se tivesse apenas dois estados: um descontrole irracional, pensando sem parar e beirando a histeria, falando um pouco alto demais e rápido demais; e outro completamente entorpecido, emocionalmente exausto, conformada em não fazer nada, afinal ‘vamos-todos-morrer-mesmo-nada-faz-sentido-ou-diferença’.

Qual é o meio termo? Eu não sei. Ainda.

Antes que você se pergunte, sim, comecei com a medicação e estamos em fase de ajustes. Mas não é como se tudo isso (agora você me imagina gesticulando pros parágrafos acima) fosse novo. Na verdade, é só uma amostra grátis da minha cabeça.

Esse é um post sem respostas e sem pé nem cabeça, mas cansei de guardar notas secretas no celular e rabiscar páginas de cadernos enquanto tento manter as aparências (sem muito sucesso, hah). 99% do que resta do meu bom senso me suplica para não clicar no botão de publicar, mas 1% de mim acha que o que quer que isso seja, é uma parte importante e válida do processo. Sinto uma espécie de alívio de… colocar assim, pro mundo, um pouquinho de tudo que tá acontecendo.

Do fundo do meu coração desequilibrado,